Exercícios faciais: Eles realmente funcionam na prevenção do envelhecimento?
- Dr. Orlando Morais
- 8 de mai. de 2017
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de fev. de 2019

Em geral há dados limitados acerca dos benefícios dos exercícios faciais na prevenção de rugas e da flacidez facial, embora existam vários dispositivos, livros e técnicas para exercitar a musculatura que prometem manter o rosto e a região cervical joviais.
Entretanto, citamos abaixo algumas razões para se ter cautela no uso de exercícios faciais como medida antienvelhecimento:
- As rugas são causadas pela ação muscular repetitiva.
Na medida em que crescemos, de criança a adultos, nossa musculatura amadurece, fica mais forte, e consegue imprimir rugas na superfície da pele. Observe que a fronte de uma criança quase não demonstra rugas pois a musculatura é ainda bem tênue. Outro exemplo, ... as rugas peribucais, também conhecidas como “código de barras”, em um paciente tabagista, são causadas pela constate contração muscular para sucção dos vapores do fumo. - Exercícios faciais não previnem ou revertem as alterações estruturais da pele.
Ao longo da vida a pele perde elasticidade e firmeza gerando flacidez e perda dos contornos. A perda do volume é decorrente da diminuição do colágeno, elastina e da gordura facial, nenhum dos quais pode ser substituído ou reparado por exercícios faciais. O excessivo gasto energético e hipermetabolismo pode na verdade contribuir para a perda de volume, como observado em pacientes ultramaratonistas.
- A manutenção do tônus muscular não faz a face parecer mais afinada.
Alguns exercícios e técnicas advogam que podem proporcionar um formato em V ao rosto, muito desejado pelas mulheres e símbolo da beleza do rosto ocidental. Exercícios faciais muito provavelmente não serão capazes de remover qualquer gordura que deixe o rosto mais arredondado, algo que pode ser obtido parcialmente com a perda adequada de peso. Não obstante, exercícios podem ainda induzir hipertrofia muscular em locais não desejáveis como a do músculo masseter, levando a alterações do contorno facial inferior, como observado nos grandes mascadores de chiclete ou pacientes com bruxismo.
Para atingir os objetivos discutidos – melhora de rugas, flacidez e do contorno facial – o paciente deve considerar o uso de múltiplas técnicas como a toxina botulínica, preenchedores, fios de sustentação, bioestimuladores faciais, lasers, etc., os quais tem eficácia comprovada e já são amplamente empregados na dermatologia.
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